Danna Devonne

Danna Devonne

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Capítulo 2

O dia estava nublado como se estivesse em preto e branco. Eu estava sentada olhando para o nada, pensando em como a minha vida tinha mudado, em como tudo estava diferente agora. Foi quando ouvi passos.

Olhei para trás e vi alguém andando, não conseguia ver quem era então me levantei e comecei segui-lo.
Senti um aroma no ar, era um cheiro de charuto misturado com doce um aroma que só uma pessoa que eu já conheci na vida tinha, meu pai.
Então comecei a correr cada vez mais rápido.
– Pai! – eu gritava – Me espere! Pai!
Ele entrou em uma porta de madeira grande e estranha sem nem se quer virar para trás. Eu finalmente cheguei até a porta tentando respirar sem ar, abri a porta e tudo ficou escuro.
Eu estava em uma floresta e estava de noite.


 Havia alguém parado me olhando, mas eu não conseguia ver o seu rosto.
– Pai? – perguntei, mas a pessoa nem se quer se mexeu.
– Está procurando a pessoa errada. – disse uma voz no meu ouvido.
Eu me virei assustada dando alguns passos para trás, mas não tinha ninguém ali, foi então que eu percebi que estava caindo.
Eu continuava caindo sem parar.

Até que senti uma sensação boa, como se eu estivesse voando, era uma sensação de que tudo tinha acabado, toda tristeza, toda mentira, tudo havia acabado. Mas essa sensação boa foi embora rapidamente e eu comecei a ficar sem ar, não tinha entendido, mas agora entendia eu não estava voando e sim afogando. Mas eu não tinha forças para lutar até que senti algo me puxando.





A dor havia cessado eu ouvia som de passarinhos cantando alegremente tentei abrir os olhos, eles estavam ardendo e embaçados, havia alguém na minha frente muito perto. Quando a minha visão ficou limpa eu somente vi um olho, uma cor que ela conhecia, uma cor única e estava tão perto.



 – Hora de acordar preguiçosa!  – gritou a Sra. Lorena.





 – Não!  – disse Melissa cobrindo a cabeça com um travesseiro.
 – Já são 06:00 A.M, quer se atrasar na escola?
 – Ah sim, eu quero.  – disse Melissa se sentando.  – Só hoje mãe, please.
 – Não. Você tem que estudar e tem outra coisa, como você vai ver o rapaz de ontem?  – disse sua mãe dando aquele sorrisinho sarcástico que só ela dava e se retirou do quarto de Melissa.
Melissa ficou olhando a porta aberta.
 – Não teve graça.  – gritou ela se levantando.
 Melissa foi se arrumar, desceu as escadas. Sua mãe havia feito um café da manhã gorduroso e delicioso como sempre. Mel puxou uma cadeira e se sentou.
Sua mãe fazia alguma coisa no fogão e Nathan estava lendo algo sobre carros enquanto ouvia uma musica no último volume. Eles até pareciam... diferentes.
 – O que foi feiosa?  – perguntou Nathan ao ver que Mel olhava para ele.
 – Nada  – disse ela comendo um pedaço de seu pão.
Sua mãe cantarolava uma musica velha.
– Tá bem mãe? – perguntou Melissa.
– Estou ótima. – disse sua mãe sem se virar.
– Bom. Já vou para a escola. – disse Mel se levantando sem nenhum entusiasmo.
Nathan não se levantou.
– Você não vem? – perguntou Melissa.
– Não – disse ele com a boca cheia de pão. – Eu vou com o Doughe.
– Quem é Doughe?
– Um amigo que conheci ontem.
Humm legal, então vou ter que ir sozinha. Ótimo – pensou Melissa.
– Tá bom. Então a gente se vê. Tchau mãe.
– Tchau Mel.
Mel saiu de sua casa, estava um pouco frio e o dia não tinha nem um vestígio de sol. Até lembrou ela de seu sonho estranho.
Ah, besteira. Sonhos são só sonhos – pensou Mel.
Ela continuou andando até que sentiu alguém a cutucando. Quando se virou assustada viu Brandon.
– Oi – disse ele.
– Oi – disse ela sem graça.
– Te assustei?
– Um pouco, é que eu estava pensando, daí você apareceu do nada.
– Desculpa. – disse ele encarando os seus tênis.
– Você está bem?
– Estou. Hoje tem uma prova de cálculo. Sorte a sua de não ser obrigada a fazer. – disse ele.
– Sorte mesmo. – disse ela.
Olhando para ele Melissa congelou. O sonho. Ela sabia que conhecia os olhos do sonho... era o olho dele!
– O que foi? – perguntou ele.
– Nada. – disse Melissa rápido demais.
– Eai gente pobre! – disse Mike ao se aproximar deles.
– Oi – disse Melissa.
– Estudou para a prova? – perguntou Brandon à Mike.
– Eu não preciso estudar. – respondeu ele com nenhuma modéstia.
Melissa fitava o chão. por que havia sonhado aquilo? E por que com ele?
– Planeta terra chamando Melissa. – chamou Mike tirando Mel de seus pensamentos.
Ela sorriu sem vontade.

Eles ficaram em silêncio.
Mel não estava muito afim de papo e foi direto para a sala de aula quando eles finalmente chegaram na escola. Mike veio o caminho inteiro se gabando de como era inteligente, aff – pensava Mel.
De repente alguém esbarrou nela.
– Desculpe – disse Melissa.
A menina olhou com nojo para Mel e sem dizer nada saiu andando.
– Todos se sentando – gritava o professor de cálculo.
Todos se sentaram. Melissa foi a única que não recebeu a prova por ser nova na escola, no lugar ela teve que fazer somente um trabalho que deveria entregar na próxima aula.
Todos faziam a prova.

Melissa ouvia os barulhos de lápis e borrachas, suspiros de quem obviamente não sabia as questões.
Ela reparou em Brandon em sua frente ele também parecia nervoso com a prova, coçava a nuca várias vezes. Ela olhou pro lado. Todos tão concentrados, isso estava deixando ela louca ficar ali só esperando.
A aula demorou uma eternidade para acabar, quando o sinal finalmente tocou todos da sala começaram a se levantar para entregar as provas. Quando Brandon voltou Melissa perguntou;
– Como você foi?
– Não sei. Acho que bem. – disse ele olhando para o lado.
– Hum.
Ela olhou para ver para onde ele olhava e viu que ele olhava para a garota que esbarrou nela no começo da aula. Ele viu que ela havia percebido e desviou os olhos.
– Você gosta dela? – perguntou Melissa.
– Não! – disse ele com incredulidade.
Melissa riu.
– Sei. – disse ela.
– Deus me livre. É que ela é ruim. Mês passado ela inventou que eu tinha verme contagioso, meu pai teve que vir até a escola para acabar com os boatos. Eu tenho raiva dela.
– Amor e ódio andam junto. – disse Melissa cutucando ele.
– Nesse caso não. – disse ele com nojo, depois mudou de assunto. – Eu fui na biblioteca ontem, peguei este livro.
Ele lhe mostrou um livro com capa preta.
– Não sei do que é, mas peguei.
– Legal.
Melissa encarou o teto. Depois olhou em volta entediada.
Não vejo a hora desse dia acabar – pensava Melissa.

Continua...














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