Danna Devonne

Danna Devonne

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Capítulo 8

"Me beije sob a Via Láctea
Me guie para fora, no solo enluarado
Levante sua mão aberta e chame a banda e faça
Os vaga-lumes dançarem, A lua prateada está cintilante
Então, me beije"
- Sixpence None The Richer - Kiss Me

Mel acordou, foi difícil abrir os olhos, pois eles doíam. A cabeça de Mel girava quando ela se sentou no sofá. Ela posou a cabeça no joelho.
– Bom dia! – disse sua mãe passando rápido.
Mel levantou a cabeça.
– Aonde a Sra. vai mãe? – perguntou Mel com os olhos semicerrados.
– Trabalhar.
– Ah – Mel se deitou novamente.
– Você está melhor? – perguntou Lorena colocando a mão na testa da filha.
– Não sei.
Sua mãe se levantou e começou a arrumar uma bolsa de couro.
– Você ainda está febril, mas eu não posso faltar no trabalho. Como eu sei que você não toma os remédios por conta própria eu pedi para o Brandon vir aqui fazer você tomar.
Melissa se sentou ereta.
– Você o que?! – exclamou ela.
– Deixa de drama – disse sua mãe.
– Drama? Não tinha outro dia pior pra você convidar pra me ver?
– Ele não vai vim te ver, vai vim te dar o remédio. Sua besta.
– Do mesmo jeito ele vai me ver.
– Tanto faz. O fato é que ele vai vim.
– Aff. Você só inventa – disse Melissa desistindo entediada.


– A gente se vê no jantar – disse ela dando um beijo na testa de Mel e saindo. Nathan ainda dormia no coxão que estava no chão.
 Mel se levantou e foi até o único banheiro que estava funcionando na casa, devido a reforma que estava tendo feita no outro andar. Ela entrou e se viu no espelho. CRUZES – pensou Melissa. Seu rosto naturalmente rosado estava pálido, seus lábios estavam roxos, havia olheiras rixas ao redor de todo os olhos, sem falar no seu cabelo que estava parecendo uma palha. Mel se sentou na tampa do vaso sanitário encarando o chão. Passou-se quase um minuto ela foi pegar roupas limpas para tomar banho. Até parece que ela deixaria Brandon a ver assim, parecendo um zumbi. Mel tomou um banho quente demorado. Quando saiu vestiu suas roupas limpas e cheirosas e passou uma colônia. Escovou os dentes umas 4 vezes pra ter certeza que não cheirava a vomito. Após terminar ela voltou para o sofá e entrou debaixo das cobertas. Nathan acordou dando um bocejo de onça.
– Ai. Que bafo – disse Melissa tapando o nariz.
– Não enche o saco – disse ele de levantando e indo até o banheiro.
Mel olhou para o relógio romano, eram 09:23 AM. Parecia que esse dia estava mais frio do que ontem, os dedos do pé de Mel estavam gelados e doloridos.
A campainha tocou. O coração de Melissa começou a disparar. A campainha tocou mais uma vez, mas ela nem se mexeu. Tocou mais uma vez.
– Você não atende não? – perguntou Nathan que passou correndo para abrir a porta.
Mel ouviu voz de homem, mas não era a de Brandon. Graças a Deus – pensava Mel cada vez mais deslizando para debaixo das cobertas.
Os dois homens subiram até o outro andar e em instantes começaram os barulhos de furadeira e sei lá mais o que.
Já era 09:31 AM, talvez Brandon tivesse esquecido por sorte de Melissa. Então a campainha soou.
– Pode entrar. Ela tá na sala – Melissa ouviu Nathan dizer.
Mel escorreu mais para de baixo do cobertor cobrindo a metade do rosto. Brandon apareceu na sala. Ele vestia uma jaqueta de couro preta e calça jeans escura.
– Oi – disse ele se sentando perto de seu pé.
– Oi – disse meu por debaixo do cobertor.
– Você está melhor? – perguntou ele preocupado.
– Sinceramente? Não sei.
– Onde a sua mãe coloca o remédio?


– Lá no caldeirão das bruxas – disse Mel entediada.
Brandon riu, o que fez o coração dela disparar.
– To falando sério – disse ele.
– Ali – disse Melissa apontando para uma caixa de primeiros socorros que ficava em uma mesinha.
Brandon se levantou, o pegou e abriu. Ele pegou os comprimidos e tirou um.
– Você toma com água? – perguntou ele se virando pra ela.
Mel assentiu. Ele foi até a cozinha.
– Aonde fica os copos? – perguntou ele da cozinha.
– No armário branco, na primeira porta – disse Mel.
Ele voltou trazendo um copo lilás de vidro com detalhes de coração cheia de água, que por coincidência é o favorito de Melissa. Ele se sentou mai perto dela e puxou o cobertor para aparecer o rosto dela. Melissa se sentou.
– Abra a boca – disse ele.
Meu obedeceu. Ele colocou o remédio na boca dela fazendo com que seus dedos tocassem os lábios dela. Melissa sentiu um arrepio passar por todo seu corpo. Ele deu a água para ela beber. Mel tremia um pouco por causa do arrepio. Ela engoliu o remédio e deu o copo para Brandon.
– Quer ir em lugar? – perguntou ele.


– Que lugar? – perguntou Mel se lembrando da 'oferecida' do Snoobs.
– É surpresa – disse ele oferecendo a mão para ela se levantar. Mel calçou sua bota de camurça e vestiu um casaco por cima do suéter, pois estava muito frio.
Eles saíram e andaram na direção oposta da casa dele. A rua estava deserta exceto por eles dois. O ar gelado que entrava no pulmão de Melissa parecia cessar o enjoo. Eles andaram mais um pouco até Brandon a puxar até uma trilha. As folhas estavam molhadas, talvez por causa da umidade que estava no ar. Eles passaram por um tronco caído e por alguns ninhos de passarinho. Brandon estava um pouco na frente dela.
– Chegamos – disse ele.


Melissa chegou perto dele e observou o lugar boquiaberta. Havia árvores ao redor e um penhasco. A paisagem no horizonte era linda. Havia um oceano adormecido cercado por montanhas e árvores congeladas. Onde ele estavam havia uma árvore solitária, mas era a mais linda ali, seu tronco era grosso, mas liso e as folhas estavam brancas. Brandon se sentou debaixo da árvore como em seu sonho, mas esse Brandon sorria para ela e acenava para ela se sentar ao lado dele.
– É lindo aqui. Como você descobriu esse lugar?
– Minha mãe havia me mostrado uma vez. Antes dela ir embora.
Melissa encostou a cabeça no ombro de Brandon.
– Então aqui é o seu esconderijo?
– Digamos que sim. Eu venho aqui para compor, ou para pensar, principalmente.quando estou triste – ele se virou e olhou para ela, Mel ergueu a cabeça – Minha mãe havia me dito que quando eu gostasse muito de alguém era para mim trazer ela aqui.


O coração de Melissa disparou mais rápido do que uma Ferrari em velocidade máxima.
Os dois ficaram se olhando. Brando passou as mãos nos cabelos dela fazendo com que ela sentisse formigamento, ele se aproximou mais dela cada um sentindo a respiração acelerada de ambos, até que seus lábios quentes tocaram nos dela. Melissa não se afastou e Brandon teve certeza que ela gostava dele, ele acariciava seu rosto frágil como se ela fosse de porcelana. O beijo de Melissa era melhor do que qualquer outra coisa no mundo. Sonhos se realizam – pensava Brandon. Quando eles se separaram Brandon a abraçou.
– Tenho que te levar de volta para casa – disse ele.
– Não – disse Mel se encolhendo.
– Está muito frio aqui fora. Você vai ficar pior.
Brandon se levantou e em seguida Melissa. Eles saíram em silêncio até a rua de suas casas. Brandon acompanhou Mel até a porta da frente.
– Você está melhor? – perguntou Brandon acariciando o rosto dela.
Melissa nem se lembrava que estava doente.


– Estou sim – disse ela se aproximando dele.
– Isso é uma boa notícia – disse ele entrelaçando seus dedos nos dela.
Ele se inclinou e a beijou nos lábios.


– Até amanhã Melissa.
– Até amanhã Brandon.
Mel se virou e abriu a porta, Brandon foi embora. Melissa o viu partir pela janela, ela foi direto para a sala.

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