Danna Devonne

Danna Devonne

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Capítulo 7

"Alguns deles querem te usar
Alguns deles querem ser usados por você
Alguns deles querem abusar de você
Alguns deles querem ser abusados"


Mel se virou para ver quem a tocou no ombro e deu de cara com Christopher.
– Fugindo de mim? – perguntou ele sorrindo.


Mel deu um sorriso sem graça
– Por que eu estaria fugindo de você?
– Não sei. Você está bem? – perguntou ele.
– Mais ou menos – disse se sentando em dos bancos do corredor da escola, Christopher se sentou ao lado dela.
– Por que mais ou menos?
– Por que todo esse assunto de morte me deixa mal. Meu pai morreu e foi difícil superar, ainda me afeta.
Christopher a abraçou. O abraço dele era aconchegante – pensava Melissa. De repente Brandon apareceu.
– A professora mandou eu ver se você estava bem – disse ele com uma expressão séria.
Mel se levantou e sem dizer nada voltou para a sala.
Brandon continuou ali, parado encarando Christopher.
– Quantos anos você tem? – perguntou Brandon.
Christopher ergueu as sobrancelhas.
– Sério? Você gosta dela?
– Eu te fiz uma pergunta.
Christopher se aproximou de Brandon.
– Tenho idade o suficiente para ficar com ela.
Brandon não se controlou e o empurrou com um soco no ombro.
– Ficou louco? – gritou Brandon – Ela é só uma menina!
O policial encarou ele e bateu de leve em seu ombro.


– Garoto, fique de fora disso – ele olhou Brandon de baixo pra cima – Você não é uma ameaça.
Depois ele saiu de perto de Brandon e entrou na sala de aula. Brandon fervia de raiva.


Três aulas se passaram até o intervalo. Mike, Brandon e Melissa saíram juntos quando o sinal soou, eles foram até o refeitório que estava lotado de alunos do ensino médio e fundamental. Eles escolheram uma mesa do meio perto da janela que tinha vista para o estacionamento. Mel não tinha pego nada para comer, já Brandon e Mike pegaram vários alimentos na cantina. Os dois comiam demais. Mel suspirou olhando para a janela. Ela não entendia, noite passada ela e Brandon conversaram sobre várias coisas significantes para ambos e hoje era como se nada tivesse acontecido. Ela prometera para sua mãe que não iria se magoar, e ela cumpriria a sua palavra. Mel viu Christopher e acenou, ele deu um lindo sorriso mostrando os seus lindos dentes e veio em seu encontro. Ele sentou ao lado dela.
– Na saída você pode me encontrar lá fora? – perguntou ele.
– Posso sim, por que? – perguntou Mel desviando os olhos.
– Nada. Só quero te fazer uma pergunta.  
– Tudo bem. – disse ela.
Christopher se levantou e foi junto a um grupo de policiais que estavam encostados em uma parede enquanto vigiavam os alunos.
– Você está afim desse policial? – perguntou Mike enquanto comia um biscoito.
Melissa riu.
– Não. Oxe.
– Tem certeza? – perguntou ele novamente rindo.
– Ela já disse que não – disse Brandon incomodado.
Todos ficaram em silêncio até Sara chegar.
– Oi Melissa! Então, eu sei que não somos amigas e nem nada, mas você por acaso não quer fazer teste pra líder de torcida? – perguntou Sara sorrindo.
Melissa já havia sido líder de torcida no Tenessi, mas saiu por motivos que nem ela sabia. Agora as coisas eram diferentes, ela queria mudar sua rotina e ter algo para se distrair.
– Talvez – disse Mel.
Sara bateu palminhas.
– Os testes começam hoje depois das aulas no campo da escola – disse ela mandando beijinho no ar depois saindo.
Mike tossiu de propósito.
– Vou assistir os ensaios só pra te ver com aquelas microssaias – disse ele rindo.
– Cala a boca Mike – disse Brandon.
O sinal tocou para os alunos se dirigirem à suas salas de aula.
Eles saíram do refeitório, jogaram suas bandejas em um balcão próprio para isso e depois foram para a sala. Era aula de artes, o professor Kyle mexia em sua pasta procurando algo, por fim ele pegou uma pasta azul transparente.
– Silêncio pessoal – disse o professor com um tom de voz um pouco alto.
Todos na sala pararam de conversar.
– Hoje passarei um questionário. Vocês irão fazer grupos de até 5 pessoas.
O professor se sentou. Melissa percebeu que Christopher não estava na sala.
– Vai ser nós três, né? – perguntou Brandon.
– O Zac já me chamou, to devendo essa pra ele por causa da aposta que eu perdi – disse
Mike bufando e fazendo careta.
– Que aposta? – perguntou Melissa enquanto copiava a questionário da lousa.
– No xadrez, agora eu tenho que fazer as lições dele até o final do mês.
Brandon riu.
– Bem feito – disse ele.
– Então só vai ser nós dois – perguntou Mel à Brandon.
– Provavelmente – disse Brandon.
Melissa pegou sua cadeira e sentou ao lado de Brandon.
O professor passava de grupo em grupo para anotar cada nome.
– Você farão juntos? Uma dupla? – perguntou o professor a eles.
– Sim – disse Mel.
O professor puxou uma cadeira e se sentou na frente deles.
– Então, cada grupo terá um trabalho para apresentar, cada tema diferente. – o professor olhou em sua pasta – O de vocês será pintura a óleo. Pode ser abstrata, ou natureza, vocês que escolhem. Alguma pergunta?
– Nós vamos fazer uma exposição? – perguntou Brandon.
– Sim, mas só na sala de aula. Os alunos apresentarão tudo no mesmo dia como misturas de várias artes. Mais alguma dúvida?
– É para entregar quando? – perguntou Mel.
O professor olhou em sua pasta.
– É para... terça-feira a apresentação do trabalhos. Mais alguma coisa?
– Acho que só – disse Brandon.
O professor se levantou e foi até o grupo de Mike.
– Vamos fazer o que? – perguntou Mel se virando para Brandon.
– Vamos ver. Nós ainda temos uma semana.
– Ok – disse Mel.
O sinal soou e todo mundo começou a conversar, mas o professor não saiu. Uma mulher baixinha e gordinha entrou.
– Pessoal – gritou o professor – Vocês irão receber um recado agora. Até a próxima aula.
A mulher passou entregando uma folha para cada aluno, quando ela entregou para Mel e Brandon eles leram:


Mel terminou de ler.
– Você vai? – perguntou Mel.
– Vo aonde? – perguntou Brandon.
– No enterro.
– Não e você?
– Não. Nem quero.
As últimas aulas passaram voando, quando Mel estava guardando o seu material Sara veio até sua mesa.
– Vamos? – perguntou ela.
– Tá bom – Mel se virou para Brandon – Hoje eu não vou embora com vocês hoje, a gente se vê. Tchau.
– Tchau, se cuida.
Elas saíram e passaram pelos corredores. Sara abriu uma porta de ginásio onde levou elas até um campo. Havia algumas meninas com roupa de líderes de torcida se alongando, em um outro canto havia algumas meninas também com o mesmo uniforme conversando, Mel reparou que uma delas era Blake. Elas se aproximaram do grupo.
– Oiii!!! Eu disse que ela viria! – disse Sara alegremente apontando para as meninas.

– Veja só quem realmente veio para os testes – disse uma menina de cabelos curtos preto que Mel nunca havia visto na vida.


– Eu sou Melany – disse ela cumprimentando Mel com um beijo rosto – Já ouvi muitas coisas sobre você.
As garotas foram simpáticas com Mel, exceto Blake que não disse uma palavra. Blake e uma tal de Nanda foram as 'juízas'. Mel se apresentou com giros, piruetas e demonstrações de elasticidade


e ritmo. Quando acabou todas comemoraram, menos Blake.
Mel se sentou na arquibancada. Outra garota foi fazer os testes, a menina não ia mal até que caiu. Mel sentiu alguém lhe cutucar, ela olhou pata trás e viu Christopher sorrindo.
– Fazendo teste para as donas do pompom? – disse apontando para outra garota que se apresentava agora.
– Sim. Mais ou menos isso.
– Quero te perguntar uma coisa – disse ele se aproximando mais dela.


– Pergunte.
– Quer ir jantar comigo na sexta?
O coração de Melissa disparou devido a adrenalina.
– Tenho que ver.
– Por que?
– Minha mãe...
– Ah sim. Se quiser eu peço para ela.
Mel ergueu as sobrancelhas
– Sério? – perguntou ela.
– Sério. Me passa o se endereço que eu passo lá.
Mel arrancou um pedaço de folha de seu caderno para anotou seu endereço e entregou para ele.
– Linda letra.
– Obrigada – disse Mel.
– A gente se vê depois – disse ele tocando de leve no queixo dela.
Ele foi embora e Mel ficou olhando ele partir.
– Você está namorando o policial bonitão? – Perguntou Sara chegando do nada.
Mel desviou o olhar encarando sua sapatilha.
– Não.
– Sei – disse Sara rindo para Melany.
– Para – disse Melissa rindo.
As apresentações para avaliações de líderes de torcida já haviam terminado, Blake e Nanda agora vinham ao encontro delas.
Quando chegaram Nanda entregou uma grande bolsa rosa para Melissa.
– O que é isso? – perguntou Melissa.
– Bem vinda às 'FaabuloussGiirlss' – disse Nanda sorrindo – Aí dentro tem o uniforme completo, uma agenda, uma caneta rosa, dois Pompom, um laço de cabelo rosa, uma garrafa de água rosa, entre outras coisas. Sara vai ser quem vai te explicar algumas regras. Bom, bem vinda de novo.
Nanda se virou e foi até as garotas que ainda se alongavam, Blake olhou para Mel de baixo pra cima.
– Parabéns. Você mereceu – disse Blake.
– Obrigada.
Blake se virou e foi até Nanda.
Sara sentou de um lado de Mel e Melany do outro.
– Abri – disse Sara apontando para a bolsa.
Mel abriu o zíper em formato de coração, dentro ela tirou uma agenda de veludo rosa com um fecho em forma de coração, dentro as folhas cheiravam a morango no meio da agenda havia o horário dos ensaios, Melissa colocou a agenda de volta na bolsa e tirou os pompons, eles eram da cor rosa claro e pink com glitter, também havia o uniforme havia uma regata curta com o nome do grupo igual de todas as outras meninas que ali estavam, tinha a saia curta da mesma cor rosa claro e pink , uma meia branca e um laço pink. Também havia uma garrafa térmica rosa.
– Ainda nessa semana você vai ganhar uma pulseira com o seu nome – disse Sara mostrando o pulso para Mel, havia uma pulseira de prata escrito seu nome.
– Os nossos são de prata, só o da Nanda e da Blake são de ouro – disse Melany.
–Verdade. É porque elas são a capitã e a vice capitã. Todo mundo sabe que quando a Nanda sair ela vai escolher a Blake – disse Sara.
– Antes seria a Keyla, mas aconteceu aquilo – disse Melany arregalando os olhos.
Melissa colocou tudo de volta na bolsa e se levantou colocando sua mochila nas costas e a bolsa no ombro.
– Vou lá gente – disse Mel.
– Espera. Me passa o seu número pra eu te explicar tudo sobre as faabuloussgiirlss.
Sara pegou seu celular e deu para Mel digitar seu número. Quando terminou ela se afastou.
– Agora vou lá gente, tchau.
Mel saiu correndo. Ela não havia avisado sua mãe que ficaria para a apresentação e havia 7 chamadas perdidas em seu celular. Ela passou pela rua rodeada de árvores ofegando. Quando parou na entrada de sua casa seu estômago congelou.


Havia uma viatura para ali. Enquanto ela entrava no seu jardim várias coisas passavam por sua mente. Seu irmão indo preso por vender drogas ou sua família assassinada por um ladrão. Mel virou a maçaneta com cautela, quando entrou a casa estava silenciosa.
– Mãe? Nate?
Ninguém respondeu. Então ela ouviu risadas vindo da cozinha, quando chegou lá viu sua mãe e Christopher sentados tomando café. Ele sorriu para ela quando a viu entrar.


– Oi mocinha, não acha que pra quem saiu da escola de manhã você está meia atrasada? – perguntou Lorena.
– Acho que sim – disse Mel.
– Ainda bem que p seu amigo me contou – Lorena se levantou e abraçou Mel que ficou sem reação – Estou tão orgulhosa de você!
– Do que?
Sua mãe se afastou.
– Você voltando a ser líder de torcida.
– Não é grande coisa.
– Lógico que é! Eu sabia que se mudar de casa seria ótimo.
Todos ficaram em silêncio devido o barulho de furadeira no andar de cima.
– Continuando, o seu amigo Christopher veio aqui me perguntar se vocês podem ir almoçar na sexta.
Mel olhou para Christopher que parecia não estar ouvindo.
– E? – perguntou Melissa.
– Vocês podem sim. Mel, você vai fazer 17 anos, eu confio em você. E além do mais ele é um amor de pessoas.
Mel deu um meio sorriso. Ela realmente gostava de Christopher, ele era gentil e doce, mas jantar com ele... Mel não queria muito. Seu coração já batia por outra pessoa que parecia não querer estar com ela.
O comunicador dele apitou com alguém falando.
Christopher se pôs de pé.
– Preciso ir. Foi um prazer te conhecer sra. Lorena.
Ele se virou para Melissa e a beijou no rosto.
– Tchau Melissa.
– Tchau.
Mel jogou a mochila e a bolsa no chão e se sentou numa cadeira apoiando-se em seu cotovelo.
Sua mãe o acompanhou até a porta. Mel ouviu a sirene da viatura cada vez mais distante até que o único som foi dos pedreiros no outro andar.
Sua mãe entrou novamente na cozinha retirando a louça de cima da mesa.
– Ele é uma graça. Aonde você o conheceu?
– Em uma sorveteria.
– Como foi o teste?
– Que teste? – perguntou Melissa sem vontade.
– O de líder de torcida.
– Foi normal. Nada demais.
– Você passou?
– Sim. E ganhei isso aqui – disse ela apontando para a bolsa no chão.
– O que tem aí? – Coisas de torcida.

Mel se levantou pegando a mochila e a bolsa e foi até a sala. Ela pegou um casaco e o colocou depois tirou a sapatilha e entrou debaixo das cobertas no sofá. Mel ligou a TV, todos os canais falavam a mesma coisa sobre uma frente fria com neve que estava previsto para o final de semana. Mel desligou a TV e deslizou pra dentro do cobertor
 

Melissa estava deitada. Ela sentia cheiro de grama e o sol raiava em seu rosto tapando a sua visão. Ela se sentou. Era um lugar lindo cheio de árvores e flores, haviam borboletas voando por toda parte. Mel se virou e viu uma paisagem ao horizonte, como aquelas pinturas em tela que você sabe que não existe, mas adora olhar. Em uma árvore enorme Mel percebeu que Brandon estava lá sentado lendo um livro. Mel se aproximou, mas alguém segurou forte em seu braço. Ela não conseguia se virar pra ver quem era. Ela começou a chamar por Brandon, mas ele nem se mexia. Mel lutava contra a mão em seu braço, mas cada vez mais machucava. Brandon começou a se levantar guardando o livro em uma pasta preta. 
– Brandon! Me ajude!
Ele somente a olhava sem expressão.
 
– Brandon! 
– Eu já te ajudei – disse ele em um tom despreocupado. 
– Do que você está falando? Me tire daqui! 
– Você escolheu isso. Eu não posso mais fazer nada.
Então ele foi embora. O céu azul e ensolarado começou a ficar cinza, as folhas das árvores e as plantas começaram a secar, as borboletas se tornaram corvos, aquela linda paisagem no horizonte se tornou morros em ruínas e o cheiro de grama se tornou cheiro de cinzas.
 
– Bem que a sua mãe te disse que eu era encantador.
Melissa finalmente conseguiu virar a cabeça para ver quem a machucava, quando ela viu seu rosto ficou pasma. Era Christopher.

– Olá Melissa – disse ele com um sorriso maligno.

– Melissa!!! Acorda!!! – gritava Lorena.





Mel acordou com dor de cabeça, ela se sentou e olhou para o relógio romano que marcava 18:47 PM. Nossa eu dormi tudo isso? – perguntou Mel a si mesma.

– Melissa! Vem comer! – gritava sua mãe.
Mel se levantou sem vontade com um pouco de tontura. Quando ela chegou na cozinha sua mãe estava fazendo algo no fogão e Nathan já estava na mesa comendo. O prato de Melissa estava preparado ela puxou uma cadeira e se sentou. A janta era arroz, salada e salsicha. Mel mexia em seu prato sem querer comer.
– Algum problema – perguntou sua mãe se sentando.
– Só to com um pouco de dor de cabeça. Não é nada.
– Você está um pouco pálida – disse sua mãe se levantando e colocando a palma da mãe na testa da filha – Você está ardendo de febre!
– Vish – comentou Nathan.
Sua mãe se levantou e saiu correndo até a sala, quando voltou estava com um casaco e as chaves do carro nas mãos.
– Vamos até o hospital.
– Não precisa mãe – disse Melissa fazendo careta.
Sua mãe a pegou pelo braço e a arrastou até o carro.
– Eu posso ir junto? – perguntou Nathan na porta.
– É melhor alguém ficar em casa. Qualquer coisa me liga – disse Lorena praticamente jogando Melissa pra dentro do carro.
Sua mãe sentou no banco do motorista e começou a dirigir. Demorou uns 20 minutos até chegar no centro.
 O hospital tinha poucas pessoas, provavelmente por causa do frio. Não demorou muito até uma recepcionista chamar elas. Lorena levou a filha até a sala 15 que marcava na folha que a recepcionista lhe dera. Sua mãe bateu na porta, um homem com avental branco a abriu.
– Entrem – disse ele.


Elas entraram. O consultório tinha um cheiro típico de hospital. Melissa se sentou em uma cadeira, mas sua mãe continuou de pé.
– Quais os sintomas que sua filha anda tendo? – perguntou o médico analisando os olhos da garota.
– Ela está quente, sem fome e meia grogue.
O médico pegou uma lanterninha, ou sei lá como chama aquilo, e analisou a parte interior da boca de Melissa.
– Bom. Não é nada grave, mas todo cuidado é pouco. Ela está com virose. Precisa comer alimentos leves, ficar bem agasalhada e tomar este remédio – disse o médico entregando uma receita médica que ele acabara de escrever.
– Obrigado – disse Lorena.
– Se por acaso acontecer dela não melhorar em 3 dias o recomendado é voltar para o hospital para uma possível internação, mas isso é bem raro de acontecer.
– Tudo bem. Obrigado doutor.
Elas saíram do hospital e pararam em uma farmácia. Mel continuou dentro do carro observando sua mãe entrar. Mel começou a ver tudo girar e perdeu a audição, ela abriu a porta com rapidez e vomitou no chão da calçada. Credo – pensou ela.
Melissa voltou para o carro e limpou a boca com um pedaço de papel que havia na bolsa de sua mãe. Quando Lorena voltou com uma sacola nas mãos. Ela entrou tremendo de frio. Quando chegaram em casa Nathan abriu a porta correndo.
– Deram injeção em você? – perguntou Nathan.
– Nathan entra – disse sua mãe com autoridade.
Eles entraram e Lorena trancou a porta. Ela colocou Melissa no sofá.
– Nathan, vai tomar banho para dormir.
– Tá bom mãe – disse ele fazendo bico.
Lorena foi até a cozinha para pegar um copo com água para dar remédio à Melissa. Ela voltou até a sala e deu o remédio para Mel.
– Não quero – disse Melissa se afastando com birra.
– O médico disse que era pra te dar isso! Agora engula! – disse sua mão enfiando o remédio goela abaixo em Melissa.
Sua mãe voltou para a cozinha. Mel ouvia o barulho do chuveiro no andar de baixo. Ela estava tonta e com mais vontade de vomitar, talvez fosse porque esse remédio tinha gosto de privada. Mel se jogou no sofá encarando o teto. Ela fechou os olhos e tudo o que pôde ver em sua mente foi Brandon olhando para ela com nojo. Mel abriu os olhos novamente, a ânsia havia voltado mais forte, ela correu até a porta da frente, pois Nathan estava no único banheiro que funcionava, depois correu até o gramado, se ajoelhou e vomitou.
– Melissa? – perguntou uma voz.
Mel olhou e viu Brandon assustado. Ela limpou a boca com a manga da blusa. Que mico – pensava ela. Brandon pulou a cerca e foi até ela.
– Você está bem? O que está acontecendo? – perguntava ele enquanto a ajudava a se levantar.
– Acho que... não sei – disse ela confusa talvez por causa do remédio de gosto de bunda suja.
– Vem. Eu vou te levar para casa.
Ele a pegou no colo e a levou. Sua mãe apareceu.
– O que aconteceu? – perguntou ela quase histérica.
– Encontrei ela lá fora vomitando.
Brandon a colocou no sofá.
– Obrigado – disse Lorena.
Mel estava começando a ficar sonolenta até que finalmente dormiu.


Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário